Por 42 anos, a família Lykov viveu totalmente isolada a mais
de 250 km de qualquer pessoa.
Sem estradas, trilhas ou meios de transporte..
Sem estradas, trilhas ou meios de transporte..
Isolada no meio da neve, num lugar em que o “verão” é quando
não tem neve cobrindo tudo o que possa crescer como alimento e dura só 3 meses:
Junho, julho e agosto.
Nos outros 9 meses do ano as temperaturas chegam a - 40oC.
A família se mudou pra lá em 1936 levando suas coisas e
algumas sementes..
Eram apenas quatro Lykovs nesta época. Karp, sua esposa,
Akulina, um filho chamado Savin, de 9 anos, e Natalia, 2.
Mais duas crianças nasceram no selvagem..
Dmitry em 1940 e
Agafia em 1943 e nenhum dos dois já tinha visto um ser humano que não era
membro de sua família.
Tudo o que Agafia e Dmitry sabiam do mundo exterior aprenderam
inteiramente a partir de histórias de seus pais. E da bíblia. O único livro da
casa.
A diversão principal da família era todos contarem seus
sonhos. Sendo que nem referência para sonhos eles tinham..
Eles não souberam da Guerra (a segunda.. De 1940 a 1945)..
Não viram o homem na lua.. E não acreditaram quando souberam..
Viram televisão no acampamento dos geólogos que os descobriram em 1978.. Mas o pai achava que era coisa do demônio..
Quando os geólogos ofereceram pão, só o velho Karp (foto) sabia o que
era..
As crianças nunca tinham visto.
Eles sabiam que existiam outros países pelas histórias que
ouviam dos pais, mas não tinham a menor ideia do que eram realmente cidades ou
vida moderna.
Eles só conheciam os lobos e os ursos.
Não.. Você não está entendendo..
Quando eles foram para o meio do nada, eles levaram duas
panelas, um tear e algumas roupas..
Mas depois de alguns anos as panelas
enferrujaram e as roupas não tinham mais como serem remendadas.
Eles tinham que viver com o que a natureza oferecesse.
Dmitry e Savin (foto) caçavam descalços por dias.. dormindo onde
desse.. até voltar para “casa”: uma cabana imunda de um cômodo, com uma pequena
janela e um forno a lenha. O chão era feito de pinhão e cascas de batata..
Eles não tinham panelas para cozinhar..
Eles usavam folhas de bétula para fazer vasilhas e sapatos
para o inverno.
Eles não tinham sal e se alimentavam basicamente de batatas,
centeio e sementes de cânhamo..
Os filhos nunca tinham visto um cavalo, um humano ou algo
manufaturado (além de seus poucos pertences)..
Quando conheceram uma garrafa de plástico ficaram impressionados
de ver como era flexível aquele tipo de “vidro”.
A mãe morreu em 1961 depois que nevou em julho e a colheita
foi dizimada..
Eles comeram os sapatos e as cascas das árvores..
E tiveram
muita sorte de uma das sementes de centeio ter brotado.. Neste ano a colheita
foi de 18 grãos. Que eles replantaram para poder sobreviver nos próximos..
Depois que foram descobertos eles não duraram muito.. Três
filhos morreram em 1981, e o pai morreu em 88..
Só sobrou Agafia (foto), que ainda vive sozinha no mesmo lugar..
Tem livro e um documentário em russo..
Tem livro e um documentário em russo..
Nenhum comentário:
Postar um comentário